quinta-feira, 5 de março de 2015

Sobre o tempo que foge...

Quando eu era menina gostava de sentar na cadeira da varanda da casa de minha avó para ver a tarde passar. A tarde é bonita de se parar pra ver. O sol parece que vai esquentando casa vez mais, mas na verdade, ele está esfriando a cada hora. Quando criança, gostava de acordar cedo, porém nunca conseguia, não tinha forças. Por mais que a vontade de levantar cedo para sentir a melhor hora do dia fosse grande, o sono consumia meu corpo de criança.  A manhã é o momento mais vivo do dia. O cheiro de terra molhada, da alvorada, é tão poético e simples e puro. Dá vontade de viver nesse instante para sempre. Tudo poderia ser amanhecer... O sol surgindo no horizonte, meio tímido por entre as nuvens, me faz lembrar um tempo em que não existia tempo. Em que tudo era o presente. Presente em todos os sentidos da palavra. Hoje eu acordo cedo para ver o dia, mas não é mais como antes. Às vezes aquela sensação antiga me incorpora, quando estou em pé dentro do ônibus as 7h da manhã de um dia bonito. Mas uma realidade rotineira me puxa para baixo e me mostra as mudanças que o tempo fez no próprio tempo. Então o motorista do ônibus freia no sinal vermelho e eu acordo de um sono repentino e cansado. 

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