sexta-feira, 29 de abril de 2011





Um pouco mais de sol — eu era brasa.
Um pouco mais de azul — eu era além.



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Vou pregar na parede

um pedaço de céu 
que você me mandou.
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Sobre as estrelnas...

Deitada na grama, o céu empoeirado de estrelas. Passei o dedo e - curioso - algumas vieram grudadas na ponta. Olhei para cima e assoprei. Foi tanta estrela caindo que agora eu mal consigo enxergar de tanta esperança.
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Rita Apoena




Às vezes digo coisas ácidas e de alguma forma quero te fazer compreender que não é assim, que tenho um medo cada vez maior do que vou sentindo em todos esses meses, e não se soluciona, mas volto e volto sempre, então me invades outra vez com o mesmo jogo e embora supondo conhecer as regras, me deixo tomar inteiro por tuas estranhas liturgias, a compactuar com teus medos que não decifro, a aceitá-los como um cão faminto aceita um osso descarnado, essas migalhas que me vais jogando entre as palavras e os pratos vazios (…) Tornarei sempre a voltar porque preciso desse osso, dos farelos que me têm alimentado ao longo deste tempo, e choro sempre quando os dias terminam porque sei que não nos procuraremos pelas noites, quando o meu perigo aumenta.




- Caio F. Abreu in “Os Dragões não Conhecem o paraíso". 

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Às vezes, quando é tarde da noite, eu viajo...



domingo, 24 de abril de 2011

É tolice, eu sei...



São tolices
Que penso sobre você
Você não pensa em mim
Porque andamos na mesma rua?
Vivo sonhando
Imaginando você
Imagino pegadas
E as vou seguindo

É tolice eu sei

Você não sente os meus passos
Mas eu imagino...


Um olá talvez
Mas para mim de nada vale
Isso estragaria
O meu faz de conta

É tolice, eu sei

Você não sente os meus passos
Mas eu imagino...




[Edgard Scandurra]

sexta-feira, 15 de abril de 2011

olhos nos olhos quero ver o que você diz...







“...Os meus olhos vidram ao te ver
São dois fãs, um par
Pus nos olhos vidros pra poder
Melhor te enxergar
Luz nos olhos para anoitecer
É só você se afastar...”

Timoneiro



Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar

É ele quem me carrega
Como nem fosse levar...



E quanto mais remo mais rezo
Pra nunca mais se acabar
Essa viagem que faz
O mar em torno do mar
Meu velho um dia falou
Com seu jeito de avisar:
- Olha, o mar não tem cabelos
Que a gente possa agarrar



Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar...
É ele quem me carrega
Como nem fosse levar...




Paulinho da Viola e Hermínio Bello de Carvalho

Mixturação

O raciocínio lento, 
O poço, pensamento, 
O olho, orifício, 
O passo, precipício. 
Eu quero que esse teto caia. 
Eu quero que esse afeto saia. Eu quero que esse teto caia. 
Eu quero que esse afeto saia. 

Em vermelho natural, 
Com gosto de água e sal, 
No rosto e no lençol, 
Misturando o bem e o mal. 


Walter Franco

quinta-feira, 14 de abril de 2011

...

Estranho, mas é sempre como se houvesse por trás do livre-arbítrio um roteiro fixo, predeterminado, que não pode ser violado. Um roteiro interno que nos diz exatamente o que devemos ou não fazer, e obedecemos sempre, mesmo que nos empurre para aquilo que será aparentemente pior.


Caio Fernando Abreu

quinta-feira, 7 de abril de 2011

eu queria que você fosse o céu AZUL 
pra poder te ver em qualquer lugar que eu for...

perfeita simetria






O teu maior defeito

Talvez seja a perfeição

Tuas virtudes
Talvez não tenham solução
Então pegue o telefone
Ou um avião
Deixe de lado
Os compromissos marcados
Perdoa o que puder ser perdoado
Esquece o que não tiver perdão
E vamos voltar aquele lugar
vamos voltar...




[Engenheiros do do Hawaii]









...a sexta-feira é mais intensa que qualquer outro dia, por ser véspera de tudo, embora o tudo resulte em nada, na segunda...




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You're all I see...
















Did I say that I need you?
Oh, did I say that I want you?
Oh, if I didn't I'm a fool you see
No one knows this more than me
And I come clean, ah...


Nothing you would take
Everything you gave
Hold me til I die
Meet you on the other side...


Eddie Vedder