Eu lembro a gente chegando cedo pra trabalhar, passava no mercado pra comer chocolate e iogurte,
andava horrores pra passar o tempo até a hora de ir, fumando cigarro de menta no banquinho da praça.
Rindo sem parar de alguma maluquice minha. Ah, o tempo... vontade de voltar lá e fazer tudo de novo!
Lembro com saudade, de quando a gente "sequestrava" os bifes de molho madeira das crianças e cada um tinha sua parte, cada um contribuindo para o plano perfeito, e por fim, ninguém passava fome! E era risadas pro resto do dia, da noite...Porque? Porque as coisas se vão? Porque alguns momentos não podem ser congelados e revividos quando a gente tem saudade? Eu queria poder reviver aqueles dias em que eu enchia os meus bolsos da farda, de chocolate, brigadeiro, queijadinha, picolé e voltava pra casa com munição de sobra! Tenho saudade até do cheiro de fritura misturado com pantene, que grudava no meu cabelo até o outro dia... E os dias de chuva? Ah, delícia! Chegar encharcada, morrendo de fome e fazer o cachorro quente sagrado de todos os dias. A saudade é tão imensa, que até das desavenças e piadinhas baratas que aquelas "queridas" faziam conosco, hoje, eu penso: "que besteira!" e bate uma saudadezinha de pirraçar também...
São tantas lembranças que não sei como descrevê-las, mas todas são especiais demais e estão guardadas com muito carinho no meu coração e na minha memória.
Daria pra escrever um livro de mais de mil páginas só dessa fase da minha vida. Aquele tempo tão louco, tão corrido, tão feliz. Ah, que saudade.
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